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27 de janeiro de 2021

DIA INTERNACIONAL DO VINHO DO PORTO


É a 27 de janeiro que se assinala o Dia Internacional do Vinho do Porto.

Neste dia, em qualquer parte do mundo, as pessoas são convidadas a provar um copo de vinho do Porto, a partilhar a experiência e a saber mais sobre a bebida.

Tradicionalmente, realizam-se atividades lúdicas em adegas do vinho do Porto, como provas de vinho do Porto. As fotos do dia podem ser partilhadas nas redes sociais com a hashtag #PortDay.

A data foi criada em 2012 pelo Center for Wine Origins, uma instituição dos Estados Unidos da América, da qual o IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e Porto) faz parte.

DIA DO VINHO DO PORTO

A 10 de setembro também se comemora o Dia do Vinho do Porto (Port Wine Day), desde 2014, uma vez que foi a 10 de setembro de 1756 que foi criada pelo Marquês de Pombal aquela que é considerada a primeira região demarcada e regulamentada do mundo, o Douro Vinhateiro.

REGIÃO DEMARCADA DO DOURO

Esta região engloba cerca de 250 mil hectares, onde 44 mil são compostos por vinhas e 32 mil estão autorizados a produzir vinho do Porto. Em terra de socalcos existem mais de 100 castas aptas à produção.

Se a região é demarcada há mais de 260 anos, a produção na região é já milenar, antecedendo a ocupação romana.

Cerca de 65 mil pessoas estão envolvidas na produção do vinho nesta região.

O Douro é considerado Património da Humanidade pela UNESCO como “paisagem cultural evolutiva e viva”, estando dividido em três sub-regiões (Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior).

FACTOS SOBRE O VINHO DO PORTO

-85% da produção deste vinho é para exportação (7,5 milhões de caixas por ano).
-20% das exportações destinam-se a França.
-França, Portugal, Reino Unido, Holanda, Bélgica e EUA são os países que mais consomem esta bebida.
-O vinho do Porto está presente em cerca de 120 mercados.
-As vendas do vinho do Porto rendem 365,4 milhões de euros (em 2013).
-O nível de álcool deste vinho varia entre 16,5% (branco leve seco) e 22%.
-Existem quatro estilos de vinho do Porto: Tawny (envelhecido em pipa), Ruby (envelhecido em garrafa), Branco e Rosé.
-EUA, Argentina, África do Sul ou Austrália são alguns países que produzem imitações do vinho do Porto.

in www.calendarr.com, [r.27.jan.2021]


VAI UM BRINDE?

Vinho do Porto
o néctar dos Deuses…

A APM vem neste dia em 
que se comemora o 
Dia Internacional 
do Vinho do Porto, 
propor a todos v um brinde à Esperança... 
à VIDA! (Anabela Morais, da APM)

“Dia Internacional do Vinho do Porto
É a 27 de janeiro que se assinala o Dia Internacional do Vinho do Porto.

Neste dia, em qualquer parte do mundo, as pessoas são convidadas a provar um copo de vinho do Porto, a partilhar a experiência e a saber mais sobre a bebida.

Tradicionalmente, realizam-se atividades lúdicas em adegas do vinho do Porto, como provas de vinho do Porto. As fotos do dia podem ser partilhadas nas redes sociais com a hashtag #PortDay.”

in www.calendarr.com, [r.27.jan.2021]
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27.jan.2021 - Associação Penaguião em Movimento

11 de agosto de 2018

MORTOS NA GUERRA DO ULTRAMAR

Municípios de Mesão Frio, Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião


1- Em 29.jun.2018 a Comissão Concelhia de Santa Marta de Penaguião da CDU, através da sua página “CDU-Penaguião” na rede-social Facebook, publicou o seguinte:

«A CDU não tem eleitos nos órgãos autárquicos locais. Contudo não deixa de apresentar ideias para o executivo Municipal e restantes partidos representados, possam apreciar e dizer de sua justiça.
A guerra colonial foi um facto, e nela muitos dos nossos jovens perderam a vida. Será no mínimo o que poderemos fazer no concelho de Penaguião é homenagear aqueles que tombaram na flor da idade.
Para um concelho pequeno em área como Penaguião, o número de mortos foi elevado (17). Achamos que os seus filhos merecem ser lembrados! (JS)»

«
»


2- Em 3.jul.2018, o Vereador do PPD/PSD, Arq.° Daniel Joaquim Andrade Teles, apresentou em Reunião Ordinária de Câmara a seguinte proposta:

«(...)

Propostas apresentadas pelo Senhor Vereador do PPD/PSD, Arq.° Daniel Joaquim Andrade Teles

----- 2 -- O Senhor Vereador do PPD/PSD, Arq.° Daniel Joaquim Andrade Teles, apresentou as seguintes propostas: -----
----- 1.1 - Período antes da ordem do dia -----
----- Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal -----
----- Exmos. Senhores Vereadores -----
----- Daniel Joaquim Andrade Teles, vereador da Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião, em regime de não permanência e sem pelouros atribuídos, eleito nas listas do PPD/PSD, vem no período de antes da ordem do dia, apresentar os seguintes assuntos:
----- Ponto um -----
----- Tendo conhecimento que foi apresentada uma proposta para homenagear os cidadãos penaguienses que viram as suas vidas precocemente terminar, numa missão militar nas ex-colónias portuguesas. Pelo que temos conhecimento o número de cidadãos a homenagear é de 17 (dezassete). Pelo que na qualidade de vereador desta Câmara venho propôr ao Senhor Presidente da Câmara o seguinte: -----
----- Que seja afixada junto ao estandarte das bandeiras oficiais do concelho de Santa Marta de Penaguião, um painel metálico banhado a bronze, no qual deverão ser inscritos os nomes dos homenageados a cor dourada, com a indicação das datas de nascimento e falecimento, bem como da freguesia de que são oriundos. Aqueles que perdem a vida ao serviço de Portugal, devem ser eternamente recordados pelo país, mas também pelo concelho a que pertenciam. Compete, por isso, ao Município tomar esta iniciativa, convidando as autoridades oficiais, a população em geral, sem esquecer os familiares desses cidadãos, para a devida homenagem, cujas datas proponho que seja uma das seguintes: -----
----- 13 de janeiro, que corresponde à restauração mais recente do concelho; -----
----- 25 de abril, por simbolicamente assinalar o fim da Guerra Colonial Portuguesa; -----
----- 10 de junho, por corresponder ao dia de Portugal; -----
----- No topo do referido painel deverá constar que se trata de uma homenagem realizada pelo Município e pelos cidadãos de Santa Marta de Penaguião. -----

(...)»

in Ata de Reunião Ordinária n.° 13 de 3.jul.2018, Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião


3- Em 4.jul.2018 a Comissão Concelhia de Santa Marta de Penaguião do PSD através da sua página “PSD Santa Marta de Penaguião” na rede-social Facebook, publicou o seguinte:

«PSD PROPÕE HOMENAGEM AOS MILITARES PENAGUIENSES DA GUERRA DO ULTRAMAR

O vereador do PPD/PSD na Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião, Daniel Teles, apresentou uma proposta na reunião ordinária do dia 3 de julho de 2018, para homenagear os cidadãos penaguienses que viram as suas vidas precocemente terminar, em missões militares nas ex-colónias portuguesas. Temos conhecimento que o número de cidadãos a homenagear é de 17 (dezassete).

"Proponho que seja afixada junto ao estandarte das bandeiras oficiais do concelho de Santa Marta de Penaguião, um painel metálico banhado a bronze, no qual deverão ser inscritos os nomes dos homenageados a cor dourada, com a indicação das datas de nascimento e falecimento, bem como da freguesia de que são oriundos. Aqueles que perdem a vida ao serviço de Portugal, devem ser eternamente recordados pelo país, mas também pelo concelho a que pertenciam. Compete, por isso, ao Município tomar esta iniciativa, convidando as autoridades oficiais, a população em geral, sem esquecer os familiares desses cidadãos, para a devida homenagem, cujas datas proponho que seja uma das seguintes:

13 de janeiro, que corresponde à restauração mais recente do concelho;

25 de abril, por simbolicamente assinalar o fim da Guerra Colonial Portuguesa;

10 de junho, por corresponder ao dia de Portugal;

No topo do referido painel deverá constar que se trata de uma homenagem realizada pelo Município e pelos cidadãos de Santa Marta de Penaguião".»

«
»


4- Na sequência desta ideia/proposta e sendo eu um interessado em tudo o que diga respeito à (nossa) história dos concelhos de Mesão Frio, Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião, resolvi pesquisar e recolher dados a fim de elaborar uma relação de militares falecidos em terras de África durante a guerra colonial, oriundos destes três municípios; sendo eu também um retornado de Angola, mais vontade me deu de, desta forma e através deste trabalho, homenagear os nossos conterrâneos, que de forma heróica, lutaram por todos nós… por mim!


5- Dos militares falecidos na guerra colonial de África - 1961 / 1975,  51 são naturais dos Municípios de Mesão Frio, Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião.

Da análise à sua relação e no que diz respeito
- às suas origens por concelho retira-se o seguinte: Mesão Frio - 11; Peso da Régua - 23; Santa Marta de Penaguião - 17;
- ao posto hierárquico militar: Mesão Frio - 11 praças; Peso da Régua - 3 sargentos, 20 praças; Santa Marta de Penaguião - 3 sargentos, 14 praças;
- aos que ainda se encontram enterrados no ultramar: Peso da Régua - 4; Santa Marta de Penaguião - 3;
- ao local de sepultura não referenciado ou desconhecido: Mesão Frio - 1; Peso da Régua - 3; Santa Marta de Penaguião - 2.


6- Em forma de homenagem, eis a

RELAÇÃO
POR NOME
NATURALIDADE, CONCELHO E DATA DE FALECIMENTO

*****

“AD PERPETUAM REI MEMORIAM”


ABÍLIO MARTINS LOURENÇO
Carvalhais - Louredo, Santa Marta de Penaguião, f.12.05.64

AGOSTINHO FIGUEIREDO RODRIGUES
Alvações do Corgo, Santa Marta de Penaguião, f.17.12.68

ALFREDO ANTÓNIO ROCHA GUEDES
Vila Jusã, Mesão Frio, f.06.02.69

ALFREDO PINTO DE SOUSA
Lobrigos (São Miguel), Santa Marta de Penaguião, f.23.12.67

ALTINO PEREIRA SEQUEIRA
Tabuadelo - Fontes, Santa Marta de Penaguião, f.12.07.71

AMADEU MARTINS MELO
Vila Seca - Poiares, Peso da Régua, f.08.05.71

ÂNGELO MONTEIRO COSTA
Peso da Régua, Peso da Régua, f.27.07.69

ANÍBAL DA CONCEIÇÃO SANTOS
Azinheira - Alvações do Corgo, Santa Marta de Penaguião, f.27.10.72

ANTÓNIO BERNARDO PEREIRA
Costa do Vale - Godim, Peso da Régua, f.02.11.68

ANTÓNIO LEAL MANSILHA
Fontelas, Peso da Régua, f.29.03.72

ARMANDO LOPES DE ARAÚJO
Vilarinho dos Freires, Peso da Régua, f.24.06.71

ARNALDO TEIXEIRA
Sever, Santa Marta de Penaguião, f.25.04.65

AUGUSTO GRAÇA VIEIRA
Barqueiros, Mesão Frio, f.21.05.69

CARLOS ALBERTO CARVALHO FRAGA
Fornelos, Santa Marta de Penaguião, f.11.01.71

CELESTINO MESQUITA DE CARVALHO
Sever, Santa Marta de Penaguião, f.08.04.72

CONSTANTINO QUEIRÓS ROCHA
Alpoim - São Nicolau, Mesão Frio, f.05.12.72

DOMINGOS MESQUITA MARQUES
Covelinhas, Peso da Régua, f.24.04.69

EUGÉNIO CONCEIÇÃO PINTO
Poiares, Peso da Régua, f.07.09.66

FERNANDO DE OLIVEIRA MORAIS
Fontes, Santa Marta de Penaguião, f.15.07.65

FERNANDO LUÍS DOS SANTOS VARANDAS RIBEIRO
Poiares, Peso da Régua, f.20.12.73

FERNANDO PINTO SEQUEIRA
Fontelas, Peso da Régua, f.13.03.69

FRANCISCO COELHO MEIRELES
Alvações do Corgo, Santa Marta de Penaguião, f.20.09.69

FRANCISCO CONCEIÇÃO MONTEIRO
Santa Comba - Lobrigos (São Miguel), Santa Marta de Penaguião, f.23.07.66

FRANCISCO JOÃO SILVA PEREIRA
Granja - Vilarinho dos Freires, Peso da Régua, f.09.05.71

GUILHERMINO FERREIRA MORAIS
Lobrigos (São Miguel), Santa Marta de Penaguião, f.18.09.74

HUMBERTO AGOSTINHO AZEVEDO CASTELO BRANCO
Lobrigos (São João Baptista), Santa Marta de Penaguião, f.28.02.67

JERÓNIMO RIBEIRO ALVES DA CRUZ
Poiares, Peso da Régua, f.27.02.75

JOAQUIM SÁ SEBASTIÃO
Godim, Peso da Régua, f.13.07.66

JOSÉ MANUEL GUEDES MONTEIRO
Fontes, Santa Marta de Penaguião, f.29.07.67

JOSÉ MARIA DO CARMO COSTA
Fontelas, Peso da Régua, f.21.05.73

JOSÉ RIBEIRO
Peso da Régua, Peso da Régua, f.22.02.65

JOSÉ RIBEIRO
São João - Vilarinho dos Freires, Peso da Régua, f.02.09.65

JÚLIO MONTEIRO GOMES
Reimonde - Vila Marim, Mesão Frio, f.15.07.65

LAURINDO GUEDES GOMES DE CARVALHO
Covelinhas, Peso da Régua, f.10.03.75

MANUEL CARDOSO MELO
Peso da Régua, Peso da Régua, f.02.06.68

MANUEL CARDOSO PINTO
Baloma - Fontes, Santa Marta de Penaguião, f.15.08.75

MANUEL CORREIA PINTO
Cidadelhe, Mesão Frio, f.03.11.69

MANUEL DE JESUS INÁCIO PEREIRA
Vila Marim, Mesão Frio, f.02.03.69

MANUEL FORTUNATO PERALTA ALVES
Canelas - Poiares, Peso da Régua, f.10.11.74

MANUEL JOSÉ CORRElA
Passeio Alto - Santa Cristina, Mesão Frio, f.30.09.71

MANUEL JOSÉ VILELA MARTINS
Vila Seca - Poiares, Peso da Régua, f.09.06.72

MANUEL MARQUES DE ALMEIDA
Covelinhas, Peso da Régua, f.03.01.65

MANUEL MONTEIRO DE FREITAS
Rojão - Santa Cristina, Mesão Frio, f.02.08.71

MANUEL SEQUEIRA TELES
Loureiro, Peso da Régua, f.31.05.62

MANUEL TEIXEIRA CORREIA
Rojão - Santa Cristina, Mesão Frio, f.26.04.68

NELSON MONTEIRO JOÃO
Godim, Peso da Régua, Sld At 02486168, f.19.12.68

NORBERTO JOAQUIM SILVA CORREIA
São Nicolau, Mesão Frio, f.05.01.69

OLEGÁRIO GIL DE CARVALHO
Vila Marim, Mesão Frio, f.17.11.66

SALVADOR GONÇALVES ALVES
Soutelo - Fontes, Santa Marta de Penaguião, f.01.04.71

SIMÃO SEQUEIRA ALVES
Gundeiro - Sever, Santa Marta de Penaguião, f.21.11.72

VALDEMAR VIEIRA DE FIGUEIREDO
Peso da Régua, Peso da Régua, f.02.06.69


“AD PERPETUAM REI MEMORIAM”

*****

Fonte: www.ultramar.terraweb.biz, [Consulta em 10ago18]

Nota:
CDU-Penaguião (Facebook.com) | Coligação Democrática Unitária - PCP / PEV
PSD-Santa Marta de Penaguião (Facebook.com) | Partido Social Democrata

Obs: este artigo não tem nada a ver com política nem é direcionado contra ninguém. MdQ

#PenaguiaoEmMovimento #byDouroSensibility #LUAgaresDOuro #TerrasDePenagoyam; por #MdQ; 11.Ago.2018; (c) Associação Penaguião em Movimento - Versão 1.1.0

12 de março de 2018

LENDA DE PENAGUIÃO

Santa Marta de Penaguião

APL 934

«Santa Marta de Penaguião, hoje Concelho do Distrito de Vila Real, foi, segundo diz a lenda, invadida e dominada pelos sarracenos, os quais, para consolidarem a sua permanência, construíram um castelo, lá no alto da encosta, agora coberta de cepas e de oliveiras, mas, nessa altura, cheia de espessos matagais.

Dali, podiam facilmente defender-se de possíveis tentativas para os desalojar e, ao mesmo tempo, vigiar os habitantes das aldeias em redor. 

A posição quase inacessível do castelo e a força poderosa dos seus ocupantes mantinham os autóctones em forçada submissão e tiravam-lhe a veleidade de esboçar qualquer gesto de revolta. 

Além disso, faltava-lhes um chefe capaz de aproveitar o seu descontentamento e de aglutinar as energias dispersas, para conseguir pôr fim ao domínio odioso dos invasores. 

Por isso, os suportavam, embora interiormente revoltados, esperando pacientemente o dia em que ele surgisse e desse corpo ao seu sonho de, liberdade. 

E esse dia chegou com o aparecimento de dois intrépidos fidalgos, irmãos no sangue e no valor, que ali se fixaram, vindos não se sabe donde, e se mostraram decididos a chefiar a revolta contra os indesejáveis filhos de Maomé. 

Eram eles D. Telo e D. Rausendo, homens de antes quebrar que torcer, que punham o amor à terra acima do amor à vida e o pundonor acima do egoísmo. 

Inconformados com aquela situação desonrosa, depois de auscultarem a vontade popular, conceberam um plano astucioso, para o assalto ao castelo. 

Escolheram os mais audazes, distribuíram-lhes armas, deram-lhes as instruções necessárias e marcaram o dia do combate. 

Quando esse dia chegou, juntaram-se na capela onde estava a imagem de Santa Marta de quem eram muito devotos. Aí, suplicaram-lhe protecção para aquela empresa santa, mas arriscada, e comprometeram-se a dar o seu nome àquela região se os ajudasse a alcançar a vitória contra os infiéis. 

Depois, fizeram as últimas recomendações e, ao anoitecer, começaram a caminhar em direcção ao castelo, em rigoroso silêncio, protegidos pela escuridão. 

Chegados ao alto, esperaram que as sentinelas adormecessem e, quando sentinelas e soldados descansavam tranquilamente nos braços de Morfeu, D. Telo e D. Rausendo destacaram-se do grupo e avançaram para a fortaleza. 

D. Telo atirou uma corda às ameias junto das portas, enquanto D. Rausendo lançava outra às ameias junto da torre de menagem. Depois de escalarem a muralha, o primeiro desceu pela corda para o interior e abriu as portas de par em par, ao mesmo tempo que o segundo subia à torre onde içou o guião que levava consigo. 

Depois, quebrou o silêncio da noite, gritando com toda a força: Pena! Guião! 

Era a senha pré-estabelecida que queria dizer: bandeira no castelo. 

A estas palavras, os companheiros, que estavam próximos, irromperam como um furacão pelas portas escancaradas e esmagaram rapidamente os sarracenos que não tiveram tempo de esboçar qualquer resistência.

Era o fim da tirania dos muçulmanos e o princípio da liberdade dos cristãos. 

Então, para cumprirem a promessa feita à sua Padroeira, deram, por aclamação unânime, às terras de toda aquela região o nome de terras de Santa Marta e acrescentaram-lhe as palavras da senha: Pena Guião. 

E foi assim que nasceu o nome completo, que ainda permanece: Santa Marta de Penaguião.»

Fonte Biblio: FERREIRA, Joaquim Alves Lendas e Contos Infantis Vila Real, Edição do Autor, 1999, p.131-132

Ano: 1999

Place of collection: Louredo, SANTA MARTA DE PENAGUIÃO, VILA REAL

www.lendarium.org/narrative/santa-marta-de-penaguiao/?tag=576, [Consultado em 12mar2018]



Lenda de Santa Marta de Penaguião

APL 3688

«Diziam os mais antigos que as origens de Santa Marta de Penaguião estão ligadas aos irmãos D. Rausendo e D. Tedo, dois heróis muito famosos nas terras do Douro, onde combateram os mouros expulsando-os da região. 

Conta a lenda que os mouros, quando invadiram estas terras, construíram uma fortaleza num morro próximo da vila, onde já só há ruínas. Aí dificilmente alguém se atreveria a combatê-los. Só com muita coragem. 

E coragem era o que não faltava a D. Rausendo e D. Tedo. Por isso, o povo, cansado do domínio dos mouros e dos seus tributos, um dia pediu-lhes ajuda. E os dois irmãos não hesitaram em responder ao apelo. 

Em segredo, juntaram numa noite de lua cheia os mais audazes da povoação, e colocaram-nos num local estratégico a meio da encosta. E os dois irmãos, com uma bandeira nas mãos, disseram: 

- Esta bandeira será o vosso guião! Quando a virdes colocada na penha, avançai que a entrada estará livre. E Santa Marta, vossa padroeira, há-de acompanhar-nos! 

Os dois escalaram então o castelo, e surpreenderam os mouros que estavam de sentinela, matando-os sem que tivessem podido dar o alarme. E de seguida, enquanto um dos irmãos abriu as portas do castelo, o outro foi ao alto da penha e colocou a bandeira bem à vista. 

Nisto, no esconderijo da ladeira, um dos moradores logo deu o alerta aos companheiros: 

- Vejam! Na penha... o guião! 

Foi o bastante para que todos irrompessem pela encosta, entrando no castelo, onde, pela surpresa e com o auxílio de D. Rausendo e D. Tedo, venceram os mouros, expulsando os que escaparam com vida. 

E àquele grito de alerta - “na penha... o guião! - se deve o nome que, primeiro, foi “Penha-guião” e, depois, se simplificou em Penaguião. E porque a bandeira os guiou e Santa Marta os acompanhou, depressa a vila ficou com o nome de Santa Marta de Penaguião.»

Fonte Biblio: PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006 , p.320-321

Ano: 2002

Place of collection: Lobrigos (São João Baptista), SANTA MARTA DE PENAGUIÃO, VILA REAL

www.lendarium.org/narrative/lenda-de-santa-marta-de-penaguiao/?tag=576, [Consultado em 12mar2018]

MIL ANOS DE HISTÓRIA

«SE EM MIL ANOS DE HISTÓRIA DAS TERRAS DE PENAGUIÃO TIVESSE QUE DESTACAR TREZE (CATORZE) PERSONALIDADES, ESCOLHERIA: 

 1. D. Sancho I (1154-1211), 2º Rei de Portugal: Foral a Fontes, em 1202. 

 2. D. Dinis (1261-1325), 6º Rei de Portugal: Carta de Doação do “Herdamento de Santa Marta, no Julgado de Penaguião”, em 1282. 

 3. D. Manuel I (1458-1521), 14º Rei de Portugal: Foral do Concelho de Penaguião e dos Concelhos de Fontes e Godim, seus anexos, em 1519. 

 4. Guilherme Bro (? – 1555), Cura de S. Miguel de Lobrigos, em 1550-51, condenado pela Inquisição, foi queimado em Auto de Fé, em 1555. 

 5. D. João Rodrigues de Sá e Meneses (1619-1658), 3º Conde de Penaguião: participante ativo na restauração de 1640. 

 6. D. Rodrigo Anes de Sá Almeida e Meneses (1676-1733), 7º Conde de Penaguião, 3º Marquês de Fontes e 1º Marquês de Abrantes: Governador de Armas da Cidade do Porto, Embaixador em Madrid e na Santa Sé. 

 7. D. Ana Maria Catarina Henriqueta de Lorena (1691-1761), Duquesa de Abrantes e 9ª Condessa de Penaguião: Camareira-môr d a Rainha D. Maria Vitória, mulher de D. José I. 

 8. Diogo Barbosa Machado, Abade de Sever (1682-1772), Historiador e Bibliógrafo, Sócio Fundador da Real Academia de História e autor da célebre ”Biblioteca Lusitana”. 

 9. Frei João de Mansilha (1711- 1780), Inspirador da criação da Região Demarcada do Douro e da criação da Real Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, Provincial e Visitador/Reformador da Ordem Dominicana, Inquisidor do Tribunal do Santo Ofício de Lisboa e Deputado do seu Conselho Geral, Conselheiro do Rei, Frei João foi sobretudo, entre 1756 e 1777, o Procurador da Companhia, junto da Corte e do Governo de Pombal. 

 10. António Teixeira Rebello (1750- 1825), Marechal e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra, Fundador do Colégio Militar. 

 11. Inocêncio António de Miranda, Abade de Medrões (1761-1836), Bacharel em Teologia por Salamanca, Deputado nas Coortes Constituintes de 1821-22, autor de “O Cidadão Lusitano”, maçon e liberal radical. 

 12. José António Carlos de Azevedo, Bacharel em Direito e Presidente de Câmara, pelo menos no período de 1844-1848. Um Presidente muito interventivo e atento aos problemas da viticultura. 

 13. Dois Irmãos Livreiros e editores: José Pinto de Sousa Lello (1861-1925), e António Pinto de Sousa Lello (1869-1953): fundadores da Livraria Lello em 1906.»

 In Artur Vaz, Facebook, 12março2018

TERRAS DE PENAGUIÃO E AS MAIS ANTIGAS REFERÊNCIAS

«TERRAS DE PENAGUIÃO E AS MAIS ANTIGAS REFERÊNCIAS QUE, ATÉ HOJE, ENCONTREI AOS SEUS NOMES: 

 - "PENAGUIÃO": 1134 (Criação do Couto da Albergaria do Marão, por D. Afonso Henriques: “…et inde quomodo diuidit cum Pena Guiam…”). 

 - "SANTA MARTA": 1282 (Carta de Doação de D. Dinis: “o meu herdamento que chamam Santa Marta do Julgado de Penagoyam…”). 

 - "ALVAÇÕES DO CORGO": 1258 (Inquirições de D. Afonso III, no capítulo do Julgado de Panóias, no título da freguesia de Folhadela: «… o monte da Azinheira (“Açineira”) com o seu termo, que está na Ermida do Corgo, é do Rei, e agora têm-no por força, os homens de Santa Comba que são dos militares, e os homens de Lobrigos e os homens de Alvações Velha (“Aluasoes ueteribus”)… E no título da “Freeguisia de Sam Miguel de Poijares” diz-nos que uns cavaleiros de Alvações venderam e eliminaram a portagem da foz do Corgo: «…uenderarona os caualeiros d Aluações…». 

 - "CUMIEIRA": Nas “Inquirições” de 1258 (D. Afonso III), Santa Eulália da Cumieira é dita como a “Freeguisia de Sancta Ouaija d, Andufe”. E na “Inquirição da Beira e Além Doiro” feita em 1288 (D. Dinis), no Julgado de Pena Goyam, é referida como a “Freguesia de Santa Ouaya”. Em 1320-21 no arrolamento das igrejas taxadas no Julgado de Panóias aparece finalmente como “Igreja de Santa Ouaia de Comieira”. 

 - "FONTES": 1202 (Foral de D. Sancho I: «…omnibus populatoribus de Tauoadelo, et de Fontes et de Crastelo, numero XXXXª facio cartam firmitudinis de foro…»). - “FORNELOS”: 1257 (Carta de Foro de D. Afonso III: «…toda a minha herdade que tenho no lugar de Fornelos (in ipso loco de Fornelos)…».. - “LOUREDO”: 1134 (Criação do Couto da Albergaria do Marão: «…e daí pelo termo de Toesendis e Lauredo e daí a Bandussum e daí como divide com Pena Guiam…».) 

 - "MEDRÕES”: 1287 (Carta de Foro de D. Dinis: «amha Erdade que he em thermo de Medrões»). 

 - “SANHOANE”: 1258 (Inquirições de D. Afonso III, onde, no capítulo do Julgado de Penaguião, foi dita como “Freeguisia de Sant Andre de Medim”, mas na descrição feita apareceu, pelo menos duas vezes, o nome de “San Joahanne de Medim”. No mesmo ano, na “Carta de Foro de Laurentim” referiu-se “Sancto Iohanne de Medym”. E na “Inquirição da Beira e de Além Doiro” (1288), como “Freguesia de S. Joham de Medim”. 

 - "S. JOÃO DE LOBRIGOS": 1183 (Carta de Doação de D. Afonso Henriques: “de illo regalengo medo quod dicitur Louerigos”). Importa, no entanto referir que nos documentos do concílio de Lugo, em 569, entre as aldeias (“pagos”) que integravam a Sé Portucalense aparece “Aliobrio”. A mesma localidade onde o P.e João Parente garante que os Visigodos cunharam moeda. “Aliobrio” que, também na opinião do mesmo investigador, evoluiu para “Aloifrido”, ou “Aliofrido”, como é dito em alguns documentos do século XII, nomeadamente, em 1116, quando D. Teresa troca uma herdade em Fontelas por uma vinha que “tanto me agradou e é situada em Aloifrido”, ou em 1138, na carta de testamento feita por D. Afonso Henriques à ermida de Santa Comba nas margens do Corgo, onde é citada uma outra “Santa Columba de Aliofrido”. 

 - "S. MIGUEL DE LOBRIGOS": 1258 (na Carta de Foro de Laurentim: «meum regalengum de Lourentim quod est in termino de Penaguyam sicut diuidit cum Louerigos et cum Sancto Michaele….». E nas Inquirições do mesmo ano, onde, no Julgado de Penaguião é “Freeguisia de Sam Miguel de Louerigos”). 

 - "SEVER": 1233 (Carta de Doação de D. Pedro Alfonsi de uma herdade em Vale Rugio: “…Os homens-bons dos homens-bons que morem em Sever recebam metade (das multas) e deem metade ao palácio…”).»

 In Artur Vaz, Facebook, 12março2018